Prefácio

No ano que finda, as autoridades de segurança têm cumprido o conceito de governação implementado pelo Chefe do Executivo e pelo Governo da Região Administrativa Especial de Macau prosseguindo os objectivos e exigências de construção de uma cidade segura determinadas no Plano Quinquenal de Desenvolvimento (2016 - 2020) da RAEM, ao abrigo do qual vêm concebendo e colocando em prática, permanentemente, um modelo de policiamento moderno, o qual, por via de decisões de carácter projectivo, concretização de sistemas e aprofundamento de cooperação, reforça a supervisão e o controlo da segurança pública, procede à inovação, optimiza os equipamentos da equipa policial, estreita a relação entre a polícia e o cidadão, proporcionando bons resultados no que concerne à governação da segurança pública.

O advento de uma sociedade informatizada, o caminho da padronização regional e o grande impacto de tecnologia de informação perante o desenvolvimento humano, para além de trazer diferentes e novos desafios para a segurança do Estado, em geral, e da sociedade de Macau, em particular, induz, igualmente, profundas reformas para as Forças e Serviços de Segurança de Macau, particularmente no que respeita ao modelo de policiamento. Destacam-se grandes oportunidades para a optimização da execução da lei e dos trabalhos de gestão de segurança, valores que se relacionam umbilicalmente com a concretização da estabilidade e prosperidade bem como com os objectivos de desenvolvimento de Macau.

Porém, no dia 23 de Agosto deste ano, o Tufão “Hato”, a catástrofe mais destrutiva ocorrida nos últimos 64 anos, devastou Macau e, não obstante o esforço de resposta que o Governo da RAEM, os diferentes sectores da sociedade e da população, causou prejuízos sem precedentes e de grande monta, revelando, ainda, a existência de insuficiências no que diz respeito ao sistema de coordenação e funcionamento do aviso prévio e de contingência em situação de tufão, nas acções de respostas, de resgate e salvamento, bem como, pôs a descoberto a existência de falhas na construção de infra-estrutura de defesa de inundação. Existe, todavia, espaço de melhoramento e de aperfeiçoamento nos regimes e nas políticas, nas medidas de trabalho da maioria das forças e serviços da área de segurança quanto à participação na coordenação das acções de protecção civil, pelo que as autoridades de segurança sob a direcção do Chefe do Executivo vão enfrentar o tema com seriedade.

Pelo exposto, as autoridades de segurança dedicarão a mais rigorosa atenção à conjuntura de segurança pública interna e externa de Macau, detectando suprir as omissões no sistema existente das tarefas prevenção, respostas à emergência e rescaldo, promovendo a aplicação de alta tecnologia, a inovação dos planos decisórios já existentes e dos modelos de trabalho, procurando, com tomadas de medidas projectivas, modernizar toda uma série de regimes de execução da lei e de gestão, em ordem a promover a optimização dos recursos disponíveis e a modernização da equipa policial. Em especial, privilegiaremos esforços conjuntos com outros serviços internacionais, regionais e da RAEM, bem como com os diversos sectores da sociedade, com vista a promover a concretização de uma governação da área da segurança, aberta e participativa. Entretanto, serão envidados esforços para concretizar a prevenção e a repressão de crimes e as questões de segurança da população de modo a propiciar a realização dos objectivos de governação do Plano Quinquenal de Desenvolvimento (2016 - 2020) para RAEM, como uma cidade caracterizada pelo segurança.

SITUAÇÃO DE EXECUÇÃO DAS LINHAS DE ACÇÃO GOVERNATIVA PARA O ANO 2017, NO ÂMBITO DE SEGURANÇA

No ano de 2017, as Forças e Serviços de Segurança dependentes da Secretaria para a Segurança têm efectuado os trabalhos e conseguido os resultados que aqui se elencam: reforço constante do dispositivo policial e respectivas acções de execução, daí resultando uma queda consecutiva e considerável dos crimes graves e um controlo eficaz nas infracções leves e conseguido manter a estabilidade na segurança da sociedade; melhoramento gradual dos modelos de execução e dos sistemas de segurança, bom funcionamento do novo Centro de Operações de Protecção Civil, eficácia notória da polícia turística, obtendo uma garantia fundamental para a segurança da sociedade; arranque do trabalho legislativo relativo aos regimes de cibersegurança e de novo modelo de progressão das carreiras, finalização da criação de base de informações sobre a circulação de produtos perigosos, início da implementação do mecanismo de comando e de coordenação de incidentes, bem como concretização gradual dos resultados obtidos com o estabelecimento de regimes; concretização gradual do novo conceito de policiamento, com evolução progressiva das acções de execução da lei, promovendo o rigor na disciplina das corporações policiais e aplicando uma gestão moderada; realização contínua dos trabalhos sobre a segurança para com a juventude, cooperação favorável e eficiente entre as famílias, escolas e a polícia. Incremento de acções de sensibilização educativa e início da promoção da educação cívica sobre a segurança do Estado; resultado relevante na cooperação de policiamento regional, melhoria contínua tanto nas relações entre a polícia e os cidadãos, como na comunicação entre a polícia e a imprensa, bem como cooperação conjunta quanto ao tema da segurança da sociedade com elevada eficiência; implementação de técnicas avançadas aplicadas ao novo modelo de passagem fronteiriça, conclusão do estabelecimento do sistema de reserva quanto à passagem fronteiriça, aumentando assim a capacidade de resposta a situações emergentes, e o aperfeiçoamento contínuo do mecanismo de execução de lei nas áreas marítimas; reforço de cooperação com associações cívicas para facilitar a missão de serviços correccionais, incremento do rigor e implementação de uma cultura de flexibilidade na gestão do pessoal, assim como o impulsionamento contínuo na construção de infra-estruturas. Por conseguinte, no decurso do ano findo, as autoridades de segurança alcançaram os resultados previstos em diversas matérias de execução da lei quanto à salvaguarda da segurança pública e protecção da vida e dos bens da população, sempre seguindo a meta de “Construir uma cidade segura” traçada no Plano Quinquenal de Desenvolvimento da RAEM (2016-2020), bem como o conceito geral constante das linhas de acção governativa sobre a “liderança orientada para os cidadãos” defendido pelo Governo da RAEM.

Quanto à resposta ao tufão “Hato” e aos trabalhos de acompanhamento após a ocorrência, perante algumas falhas detectadas na resposta de protecção civil e no regime de coordenação nas operações de resgate e salvamento, as autoridades de segurança vêm procedendo a uma resposta rigorosa, tendo iniciado já os trabalhos de revisão e de melhoramento.

Em geral, no último ano, os trabalhos essenciais iniciados no âmbito de segurança e os seus resultados atingidos constam dos oito pontos seguintes:

I. O tufão “Hato” causou grande prejuízo a Macau, o Cento de Operações de Protecção Civil empenhou todo o esforço de coordenação e todos os agentes do corpo da área de segurança procederam respostas ao tufão e participaram aos resgates e salvamento, não obstante sinalizaram-se insuficiências na resposta de protecção civil e no regime de coordenação de resgate e salvamento, pelo que já foi iniciado o trabalho da revisão do sistema.
II. Reforço contínuo de implementação do dispositivo policial e respectivas acções de execução, daí resultando uma redução consecutiva e significativa dos crimes considerados graves e um controlo eficaz nas infracções leves, bem como demonstrando uma melhoria notável na segurança da sociedade
III. Iniciação do trabalho legislativo relativo ao regime de cibersegurança e do novo modelo de progressão das carreiras. Conclusão da criação de base de dados sobre a circulação de substâncias perigosas. Iniciação da implementação do mecanismo de comando e de coordenação de incidentes. Concretização gradual dos resultados obtidos com o estabelecimento de regimes
IV. Concretização gradual do novo conceito de policiamento, promoção por iniciativa das acções de execução da lei, promovendo o rigor na disciplina das corporações policiais e aplicando uma gestão adequada
V. Realização contínua dos trabalhos de segurança junto da juventude. Cooperação favorável e eficiente entre as famílias, escolas e a polícia. Incremento de acções de sensibilização educativa. Iniciação à educação cívica sobre o tema da segurança do Estado
VI. Resultado relevante da cooperação no policiamento regional, melhoria contínua entre as relações de polícia e cidadão. Melhoria na comunicação entre a polícia e a imprensa. Cooperação conjunta das diversas forças para a garantia da eficácia da promoção da segurança pública
VII. Concretização do estudo das técnicas do novo modelo de passagem fronteiriça e do estabelecimento do sistema de reserva de passagem fronteiriça, melhorando a capacidade de resposta às emergências e a optimização contínua do mecanismo de execução da lei no âmbito marítimo.
VIII. Reforço da cooperação com as associações cívicas para facilitar o papel dos serviços correccionais. Incremento do rigor e implementação de uma cultura de flexibilidade na gestão do pessoal. Promoção contínua da construção de infra-estruturas
LINHAS DE ACÇÃO GOVERNATIVA PARA 2018 E MEDIDAS PRINCIPAIS

A elaboração e a execução das políticas governamentais poderão ser optimizadas na qualidade e na eficiência através do recurso a meios informatizados. Isso aplica-se nomeadamente na utilização de tecnologias de megadados para ajudar na análise de dados e tomada de decisões científicas com vista a melhorar a prevenção e combate ao crime, melhorar a capacidade da execução da lei e a eficiência da gestão para se atingir o objectivo final que é o de se garantir a estabilidade da segurança. Estes são os objectivos e as exigências governativas postos às autoridades de segurança conforme o Plano Quinquenal de Desenvolvimento (2016 - 2020) da RAEM. Tendo em conta as futuras tendências de segurança interna e externa de Macau, bem como, após o acontecimento da catástrofe do tufão, o aperfeiçoamento dos regime e funcionamento do sistema de segurança de protecção civil de Macau. No próximo ano, as autoridades de segurança iniciarão a construção de um sistema de “policiamento inteligente”, estabelecendo uma estratégia de trabalho de carácter mais prospectivo e lançando bases para a melhoria gradual das respectivas infra-estruturas, para reforçar o estudo da aplicação de dados relacionados à gestão integrada da sociedade e aos serviços públicos, que serve de auxílio e apoio à execução da lei e tomada de decisões sobre a gestão. Entretanto, para responder à situação da segurança em geral e às previsões das tendências de desenvolvimento da segurança feitas com a utilização de mega dados, iremos ajustar os recursos existentes para a execução da lei e a gestão, criaremos uma nova série de trabalhos correspondentes e um novo regime de gestão, dando ensejo a que as autoridades de segurança desenvolvam as diversas tarefas na era da informatização. Por outro lado, para acompanhar o desenvolvimento do “policiamento inteligente” e da integração regional, serão aperfeiçoados, de uma forma ordenada, os mecanismos de gestão adequados da segurança pública, continuando a promover o novo modelo de trabalho policial, reforçar a interacção entre polícia e população, aprofundar a cooperação policial regional, melhorar o regime e a implementação da cultura policial e fomentar a confiança mútua, através de uma participação conjunta na gestão da segurança pública, concretizando-se os conceitos de desenvolvimento do Governo da RAEM sobre “cidade segura” e “cidade inteligente”.

CAPÍTULO I TECNOLOGIA E DECISÃO: APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA E APOSTA NA ESTRATÉGIA DA EXECUÇÃO ACTIVA
CAPÍTULO II REVISÃO E REFORMA: REVISÃO TOTAL, REFORMULAÇÃO DA ESTRUTURA DE PRO TECÇÃO CIVIL
CAPÍTULO III DISPOSIÇÃO E EXECUÇÃO DA LEI: APERFEIÇOAMENTO DA DISPOSIÇÃO E MELHORAMENTO DA EFICÁCIA DO TRABALHO DE EXECUÇÃO DA LEI
CAPÍTULO IV INOVAÇÃO E REGIME: PRO MOÇÃO DA INOVAÇÃO, APERFEIÇOANDO UM CONJUNTO DE REGIMES DE EXECUÇÃO DA LEI
CAPÍTULO V GESTÃO E CULTURA: REFORÇO NO ÂMBITO DE GESTÃO, PRO MOVENDO A CULTURA DE POLÍCIA MODERNA
CAPÍTULO VI RELAÇÕES E ACÇÕES DE COOPERAÇÃO: RELAÇÃO INTEGRAL, ESTABELECIMENTO DE UM NOVO MODELO DE COOPERAÇÃO
CAPÍTULO VII PASSAGEM FRO NTEIRIÇA E IMAGEM: PASSAGEM FONTEIRIÇA TECNOLÓGICA, OPTIMIZAÇÃO DA IMAGEM TURÍSTICA
CAPÍTULO VIII CORRECÇÃO E RECUPERAÇÃO: PRO MOÇÃO DA RECUPERAÇÃO, CRIAÇÃO DE UM NOVO MODELO CORRECCIONAL
CAPÍTULO IX RESPONSABILIDADE E EDUCAÇÃO: ASSUMIR A RESPONSABILIDADE, ARTICULANDO OS TRABALHOS EDUCATIVOS DOS JOVENS
CONCLUSÃO