Alarme da Polícia sempre Soa

2019-06-11

Um investigador criminal da PJ suspeito da prática dos crimes de violação de segredo, de favorecimento pessoal, entre outros

Resumo

Um investigador criminal da PJ é suspeito de ter revelado, por várias vezes, informações confidenciais de operações anti-crime desenvolvidas por esta Polícia, a um grupo criminoso, visando auxiliar os seus membros a escapar à investigação e à detenção. No dia 11 de Junho de 2019, este investigador foi detido pela PJ e foi presente ao Ministério Público por violação de segredo, favorecimento pessoal praticado por funcionário e associação secreta.

O investigador criminal, de apelido Pun, com 36 anos de idade, ingressou na PJ em 2008.

 
Resposta do PJ

A PJ manifestou o seu lamento e desolação pelo facto de haver um agente suspeito de envolvimento em crimes, salientando a elevada atenção dada à conduta e disciplina dos seus agentes, nomeadamente quanto ao zeloso cumprimento da Lei e a imparcialidade no exercício de funções. A PJ reiterou ainda a tolerância zero perante quaisquer infracções do seu pessoal, comprometendo-se a actuar severamente de acordo com a Lei.

 
Acompanhamento(actualizado)

No dia 11 de Junho de 2019, a PJ instaurou um processo disciplinar contra o investigador criminal e deu início à respectiva investigação nos termos da lei. A autoridade judiciária decidiu a aplicar a medida de coacção de prisão preventiva ao mesmo.

O Juízo Criminal do Tribunal Judicial de Base proferiu a sentença em 3 de Julho de 2020, julgando procedente a acusação da prática dos crimes de violação do segredo de justiça, de violação do segredo e de abuso de poder do referido investigador criminal, condenando-o na pena de prisão efectiva de 4 anos e 3 meses.

O referido investigador interpôs recurso para o Tribunal de Segunda Instância e, por acórdão de 25 de Novembro de 2021 do TSI, foi negado provimento ao recurso do recorrente.

O acórdão transitou em julgado no dia 4 de Janeiro de 2022.

 
Medidas de reorganização e saneamento(actualizado)

A direcção da PJ exortou as chefias de todas as subunidades a reforçar a supervisão às actividades do seu pessoal, exortando-as a que prestem atenção à sua conduta e comportamento no estrito respeito pelo cumprimento da lei e da disciplina, de modo a evitar que casos semelhantes aconteçam no futuro.

A PJ procedeu a uma revisão completa do mecanismo de apreciação e aprovação e dos procedimentos operacionais de trabalho, tendo efectuado o melhoramento dos trabalhos relativos à apreciação, aprovação e fiscalização, envolvidos nas fases prévias e ulteriores, bem como tem vindo a recorrer ao uso de software para reforçar a capacidade do respectivo sistema e o nível de monitorização dos trabalhos.

 
Resultado(actualizado)

O processo disciplinar foi concluído e considerando que o referido investigador criminal se aproveitou da função que desempenhava para revelar informações de operações anti-crime e informações confidenciais da PJ a um grupo criminoso para daí retirar um interesse ilegítimo em proveito próprio ou de terceiros, por despacho do Secretário para a Segurança, de 20 de Maio de 2022, foi-lhe aplicada a pena de demissão.