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2023-09-06

Tendência da evolução da criminalidade em Macau no primeiro semestre de 2023 é semelhante à do primeiro trimestre deste ano

Fonte : Gabinete de Comunicação Social

O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, indicou, hoje (6 de Setembro), que a tendência da evolução da criminalidade em Macau no primeiro semestre de 2023 é semelhante à do primeiro trimestre deste ano, embora o número total de crimes e a maioria dos tipos de crimes tenha aumentado em comparação com o mesmo período do ano passado, quando a situação epidémica foi grave, tendo-se registado um número significativamente inferior ao período homólogo de 2019, ou seja, antes da epidemia. Deste modo acredita-se que esta mudança está relacionada com o aumento de turistas e a recuperação económica após o abrandamento da situação epidémica. Adiantou que, na medida que está previsto um aumento de turistas em Macau na segunda semestre do corrente ano, as autoridades de segurança vão reforçar o destacamento das forças policiais e o patrulhamento em diferentes locais, ajustando a implementação da execução da lei, de acordo com a situação real, a fim de garantir a segurança e os bens dos cidadãos e turistas.

O secretário Wong Sio Chak presidiu, esta manhã, a sessão de apresentação das estatísticas da criminalidade e dos trabalhos de execução da lei do primeiro semestre do ano 2023. Na ocasião, revelou que, no primeiro semestre de 2023, a Polícia de Macau instaurou no total 6.248 inquéritos criminais, que representam um aumento de 1.265 casos e traduzem uma subida de 25,4 por cento relativamente ao período homólogo do ano 2022, mas uma queda de 672 casos comparativamente com o período homólogo de 2019, representando um decréscimo de 9,7 por cento. Explicou que entre todos os tipos de crimes, o aumento mais notável é o crime de burla, ultrapassando o mesmo período de 2019, tendo-se vindo a registar também uma tendência de aumento de casos de burla através das telecomunicações e online, situação que também acontece em alguns países e regiões, o que leva a concluir que com a mudança do modo de vida das pessoas e a dependência crescente da internet, o tipo de crimes tradicionais, cuja prática é indispensável o contacto físico, os mesmos têm-se transformado aceleradamente para crimes praticados com recurso às telecomunicações e online.

Wong Sio Chak frisou que, para fazer face a esta situação, a Polícia ajustou as estratégias de resposta, reforçou as forças de combate e de inspecção, inovou activamente os conteúdos de divulgação e expandiu os canais de divulgação. Em simultâneo, reforçou o intercâmbio e a cooperação com outros serviços competentes, com os sectores da sociedade e as Polícias das regiões vizinhas. Actualmente, reduziu eficazmente a dinâmica de crescimento de vários crimes e alguns dos crimes começaram a apresentar recentemente uma tendência de redução.

Relativamente às burlas através das telecomunicações e online, registou-se um aumento significativo da burla em que o criminoso “finge ser funcionário dos serviços públicos”, ou “finge a venda de bilhetes para concertos através da internet”, ou burla informática que envolve a apropriação indevida da informação de cartões de crédito, utilizando-os para consumo online. O secretário indicou que para ajudar as vítimas a reduzir e a recuperar os prejuízos sofridos, a Polícia com o sector bancário e as Polícias das regiões vizinhas, continuam a realizar a “medida de alerta para suspensão de transacções suspeitas” e a “medida de suspensão urgente de transferência bancária”. Na primeira metade do corrente ano, foi possível suspender ou parar 316 casos de pagamento online ou offline, que envolveram um montante superior a 77 milhões de patacas.

Foram registados no primeiro semestre deste ano, no total, 1.112 casos de “crimes contra as pessoas”, que representam um acréscimo ligeiro de 10 casos e de 0,9 por cento, em comparação com o período homólogo do ano transacto, mas uma diminuição de 135 casos e de 10,8 por cento, em comparação com o mesmo período do ano 2019. Verificou-se um total de 3.750 casos de “crimes contra o património”, representando um aumento de 1.154 casos e de 44,5 por cento, relativamente ao período homólogo do ano passado, mas uma redução de 486 casos e de 11,5 por cento, comparativamente com o mesmo período do ano 2019. Entretanto, os “crimes contra a vida em sociedade” registaram um total de 328 casos, o que representa uma subida de 82 casos e de 33,3 por cento, em relação ao período homólogo do ano passado, mas uma redução de 113 casos e de 25,6 por cento, em comparação com o mesmo período do ano 2019. Quanto ao grupo dos “crimes contra o território”, registou-se um total de 245 casos, representando um aumento de 78 casos e de 46,7 por cento, em comparação com o período homólogo do ano passado, mas uma redução de 155 casos e de 38,8 por cento, em relação ao mesmo período do ano 2019.

No primeiro semestre de 2023 registaram-se 122 casos de “criminalidade violenta”, um aumento de 39 casos em comparação com o mesmo período do ano passado, representando uma subida de 47 por cento, mas registou-se uma diminuição de 201 casos, o que representa uma redução de 62,2 por cento em comparação com o período homólogo de 2019. No âmbito dos crimes de violência grave, tais como o “rapto”, o “homicídio” e as “ofensas corporais graves”, continuam a manter uma taxa zero ou uma taxa muito baixa.

Entretanto, a fim de evitar que os veículos de Macau qualificados para circular na Ilha de Hengqin ou “Circulação de veículos de Macau na província de Guangdong” sejam aproveitados para realizar actividades de “comércio paralelo”, os serviços competentes reforçaram o trabalho de intercepção nos postos fronteiriços de Hengqin e da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, tendo entre Janeiro e Junho de 2023 identificados vários casos de utilização de veículos transfronteiriços para contrabandear mercadorias e tendo sido suspensa a qualificação transfronteiriça de 58 veículos envolvidos.

Quanto à avaliação do impacto da situação actual do sector do jogo na segurança de Macau, Wong Sio Chak apontou que mesmo que se registasse um aumento de inquéritos criminais, em comparação com o mesmo período de 2022, foi significativamente inferior ao do mesmo período de 2019 antes da epidemia, menos de metade, reflectindo as medidas e os reforços anteriormente adoptados, focados na aplicação da lei pela polícia, os quais alcançaram reconhecido êxito na redução das actividades ilegais associadas.

O secretário Wong Sio Chak prevê que o número de turistas em Macau ainda vá aumentar, com o facto de muitas festas tradicionais e eventos de grande envergadura a serem realizadas na segunda metade deste ano, deste modo, as autoridades da segurança irão reforçar o destacamento das forças policiais e o patrulhamento nas zonas dos postos fronteiriços, pontos turísticos, áreas comerciais, hotéis e casinos. Ao mesmo tempo, serão realizadas análises de dados e avaliações de riscos, e ajustada a implementação da execução da lei, de acordo com a situação real, a fim de garantir a segurança e os bens dos cidadãos e turistas.